Línguas e direitos linguísticos em Portugal: um panorama da legislação vigente
DOI:
https://doi.org/10.18364/rc.2025n68.1434Parole chiave:
direitos linguísticos, línguas minoritárias, língua gestual portuguesa, mirandês, barranquenhoAbstract
Este artigo discute a diversidade linguística e direitos linguísticos em Portugal. A análise centra-se na documentação oficial, como leis e decretos vigentes. É um estudo de natureza qualitativa de base bibliográfica e documental. O estudo procura responder como se apresenta a política de (co)oficialização e direitos linguísticos no país. Têm-se como objetivos: i) analisar a legislação vigente sobre o estatuto das línguas, direitos linguísticos e ações (políticas) do estado e dos falantes; ii) discutir a diversidade linguística, partindo da socio-história do falar e (algumas) particularidades das línguas oficializadas ou com algum direito previsto na legislação. A análise está centrada nas línguas: português, língua gestual portuguesa, mirandês e barranquenho. Concluímos que nas duas primeiras décadas do século XXI diversas iniciativas políticas em prol das línguas minoritárias e multilinguismo no país têm posto em pauta a promoção, preservação e (re)vitalização das línguas em Portugal, porém há uma emergência de investimento no ensino, produção escrita nas línguas oficializadas e financiamento de estudos científicos – em particular à contribuição dos estudos linguísticos.
Downloads
Riferimenti bibliografici
ALMEIDA, Veronica Lima da Fonseca; VAZ, Henrique Malheiro; CORREIA, Isabel Sofia Calvário. A educação de surdos em Portugal: o sistema bilíngue, o currículo e a docência no ensino da Língua Gestual Portuguesa. Revista Educação Especial, v. 32, p. e116/1-22, 2019. DOI: 10.5902/1984686X34853.
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. Constituição da República Portuguesa. Sétima Revisão Constitucional. Lisboa: Assembleia da República, 2005. Disponível em: https://www.parlamento.pt/ArquivoDocumentacao/Documents/ CRPVIIrevisao.pdf. Acesso em: 29 abr. 2023.
BANZA, Ana Paula. Linguistic minorities in Portugal: the Barranquenho. Europäisches Journal für Minderheitenfragen, v. 13, n. 3-4, p. 123-134, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.35998/ejm-2020-0008. Acesso em: 13 abr. 2024.
BELINA, Michał. Lengua mirandesa: historia y sistema fonético. Studia Iberystyczne. n. 14, p. 75-84, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.12797/SI.14.2015.14.05. Acesso em: 13 jun. 2023.
BELINA, Michał. Rekonstrukcja praw głosowych języka mirandyjskiego.2022. Tese (Doutorado) – Universidade de Varsóvia, Varsóvia, 2022.
BONACINA-PUGH, Florence Researching ‘practiced language policies’: Insights from conversation analysis. Language policy, v. 11, n. 3, p. 213-234, 2012.
CASTILHO, Ataliba T. Nova gramática do português brasileiro. 1. ed. 4ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2016.
CEOLIN, Roberto. Um enclave leonês na paisagem unitária da língua portuguesa. Ianua. Revista Philologica Romanica, v. 3, p. 62-83, 2002.
CLEMENTS, J. Clancy; AMARAL, Patrícia; LUÍS, Ana. Cultural identity and the structure of a mixed language: The case of Barranquenho. In: Berson, Sarah et al. (eds.). Proceedings of the Annual Meeting of the Berkeley Linguistics Society. Berkeley: Berkeley Linguistics Society, 2008. Disponível em: https://www.academia.edu/40367048/Cultural_identity_and_ the_structure_of_a_mixed_language_the_case_of_Barranquenho. Acesso em: 07 mai. 2023.
CORREIA, Victor Manuel Diogo. O barranquenho: urgência de uma política linguística?. Revista de filología Románica, v. 36, p. 169-178, 2019.
CUNHA, Celso, CINTRA, Lindley. Nova Grámática do Português Contemporâneo.7.ed.Lisboa:EdiçõesJoãoSádaCost,2017.Disponívelem:https:// ia800706.us.archive.org/12/items/NovaGramticaDoPortugusContemporneo/ Nova% 20 g r a m% C 3% A1t ica% 20 do% 20 por t ug u% C 3% A A s% 20 contempor%C3%A2neo%20.pdf. Acesso em: 29 abr. 2023.
FERNANDES, Alberto António Araújo. Património cultural mirandês: um contributo para uma abordagem político-económica. 2015. Dissertação (Mestrado) – Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Viana do Castelo, 2015.
FERREIRA, Sérgio; MARTINS, Cláudia. Capital tradutológico e defesa da língua mirandesa. Ecolinguismo e Línguas Minoritárias. Aveiro: Universidade de Aveiro, Departamento de Línguas e Culturas, p. 183-222, 2016. Dipsonível em: https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/17498/1/ferreira%26martins-183-222.pdf. Acesso em: 29 abr. 2023.
FERREIRA, Sérgio, MARTINS, Cláudia. Línguas minoritárias no ecrã: o caso da língua mirandesa em Portugal. In: VALENTE, A. C.; CAPUCH, R. Avanca-Cinema 2012 International Conference. Avanca: Cine-Clube de Avanca, 2012. p. 949-957.
FERREIRA, Vera; SCHULZE, Ilona; VICENTE, Paulo Carvalho; BOUDA, Peter. Dicionário bilingue piação-português. Minde: Centro Interdisciplinar de Documentação Linguística e Social, 2015.
GONSALVES, Elisa Pereira. Iniciação à pesquisa científica. 3. ed. Campinas, SP: Editora Alínea, 2003.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA. Statistics Portugal. Plataforma de Divulgação dos Resultados Provisórios dos Censos 2021. 2023. Disponível em: https://ine.pt/scripts/db_censos_2021.html. Acesso em: 29 abr. 2023.
LAGARES, Xoán Carlos. Continuidades e rupturas linguísticas na Península Ibérica. Revista da ABRALIN, v. 10, n. 4, 2011. Disponível em: https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1106. Acesso em: 29 abr. 2023.
LAGARES, Xoán Carlos. Qual política linguística? Desafios glotopolíticos contemporâneos. São Paulo: Parábola, 2018.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.
LIMA, Telma Cristiane Sasso de; MIOTO, Regina Célia Tamaso. Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico: a pesquisa bibliográfica. Revista Katálysis, 10 (spe), pp. 37-45. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-49802007000300004&lng=en&nrm=isso. Acesso em: 5 jul. 2024.
MARQUES, Sandra. Easy Language in Portugal. In: LINDHOLM, C.; VANHATALO, U. Handbook of easy languages in Europe. Berlim: Frank & Timme, 2021. p. 413-438.
MATEUS, Maria Helena Mira; CARDEIRA, Esperança. Norma e variação. Lisboa: Caminho, 2007.
MATEUS, Maria Helena Mira. Diversidade linguística na escola portuguesa. Revista Lusófona de Educação, Lisboa, v. 18, n. 18, p. 13-24, 2011.
MERLAN, Aurelia. El mirandés: situación sociolingüística de una lengua minoritaria en la zona fronteriza portugués-española. Vol. 5. Espanha: Academia Llingua Asturiana, 2009.
NAVAS SÁNCHEZ-ELEZ, María Victoria. El barranqueño: un modelo de lenguas en contacto.” Revista de Filología Románica, v. 9, p. 225-246, 1992.
NAVAS SÁNCHEZ-ELEZ, María Victoria. El barranqueño: Un modelo de lenguas en contacto. Madrid: Editorial Complutense / Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, 2011.
NAVAS SÁNCHEZ-ELEZ, María Victoria. El barranqueño, lengua oral versus lengua estándar: estado de la cuestión. Luenga & Fabla, v. 19, p. 83-89, 2015.
NAVAS SÁNCHEZ-ELEZ, María Victoria. Procesos de creacion de lenguas fronterizas. Revista de Filología Románica, v. 17, p. 367-393, 2000.
NAVAS SÁNCHEZ-ELEZ, María Victoria; GONÇALVES, Maria Filomena. Caracterização e problemas atuais do barranquenho: contribuições para uma política de revitalização. Estudos de Lingüística Galega, v. 12, p. 179-199, 2020.
NAVAS SÁNCHEZ-ELEZ, María Victoria; GONÇALVES, Maria Filomena; BARATA, Filipe Themudo. Motivo. Processos de formalização e preservação. Estudis Romànics, p. 341-351, 2021.
FRANCO, Norberto. O porquê de Barrancos: A cultura. A história. Os touros. O direito, 2ª ed. Barrancos: Município de Barrancos, 2005.
PAIVA, Vera Lúcia de Menezes Oliveira e. Manual de Pesquisa em Estudos Linguísticos. São Paulo: Parábola Editorial, 2019
PINTO, Paulo Feytor. Política de língua na democracia portuguesa (1974-2004). 2008. Tese (Doutorado) – Universidade Aberta, Lisboa, 2008. Disponível em: https://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/1141/4/TD_PauloFeytorPinto.pdf. Acesso em: 29 abr. 2023.
PINTO, Paulo Feytor. Educação e diversidade linguística em Portugal. Medi@ ções: Revista Online da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal 5, p. 36-43, 2017. Disponível em: https://mediacoes.ese.ips.pt/index.php/mediacoesonline/article/view/148. Acesso em: 29 abr. 2023.
PINTO, Paulo Feytor. Política de Educação Linguística nas Escolas Portuguesas. In: PINTO, Paulo Feytor; MELO-PFEIFER, S. (eds.). Políticas Linguísticas em Português. Lisboa: Lidel, 2018.
PITA, Luiz Fernando Dias. Mirandês: uma língua em andamento. Revista Philologus, v. 7, n. 20, p. 65-74, 2001. Disponível em: http://www.filologia.org.br/rph/ANO07/20/006.pdf. Acesso em: 29 abr. 2023.
PORTUGAL. Constituição da República Portuguesa. Lisboa: Assembleia da República, 1997.
PORTUGAL.Leinº97/2021de30dedezembrode2021.Reconhecimentoeproteção do Barranquenho e da sua identidade cultural. Diário da República, Lisboa, 30 dez. 2021. Disponível em: https://files.dre.pt/1s/2021/12/25200/0000300004.pdf. Acesso em: 29 abr. 2023.
PORTUGAL. Lei nº 7/99 de 29 de janeiro. Reconhecimento oficial de direitos linguísticos da comunidade mirandesa. Diário da República, Lisboa, n. 24, 29 jan. 1999. Disponível em: https://files.dre.pt/1s/1999/01/024a00/05740574.pdf. Acesso em: 29 abr. 2023.
SOUSA, Angélica Silva de; OLIVEIRA, Guilherme Saramago de; ALVES, Laís Hilário. A pesquisa bibliográfica: princípios e fundamentos. Cadernos da FUCAMP, v. 20, n. 43, p. 64-83, 2021.
SOUSA, Maria Gil de. Terras raianas: os casos especiais de barrancos e Olivença. Revista Millenium, n. 35, 2008. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/8302. Acesso em: 29 abr. 2023.
SPOLSKY, Bernard. Language management. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.
SVOBODOVÁ, Petra. Mirandês, a Língua da Terra de Miranda e a sua influência na cultura local. In: SVOBODOVÁ, Petra (ed.). Manifestações de diversidade cultural na área da música, literatura, teatro e língua. Olomouc: 2015. p. 69-92. Disponível em: https://www.cestiportugaliste.cz/media/dokument/Sborn%C3%ADk_Sefoc.pdf#page=69. Acesso em: 29 abr. 2023.
TEYSSIER, Paul. História da Língua Portuguesa. São Paulo: Martins Fontes, 2014. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/158086/mod_resource/content/1/TEYSSIER_%20HistoriaDaLinguaPortuguesa.pdf. Acesso em: 29 abr. 2023.
VASCONCELOS, Leite de. Mirandês. Opúsculos IV. Filologia (parte II). Coimbra: Imprensa da Universidade, 1929. p. 679-722.
WITCHS, Pedro Henrique, CORREIA, Maria de Fátima Sá, COELHO, Orquídea. Língua gestual portuguesa e seus aspectos políticos e sociais na educação de surdos. Revista Espaço, v. 48, p. 35-47, 2017. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/327832870_Lingua_Gestual_Portuguesa_e_seus_aspectos_politicos_e_sociais_na_educacao_de_surdos_Portuguese_Sign_Language_and_its_political_and_social_aspects_on_deaf_education. Acesso em: 01 mai. 2023.
Downloads
Pubblicato
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2025 Samuel Figueira-Cardoso, Weronika Grzegorczyk, Maria João Marçalo

Questo lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione - Non commerciale 4.0 Internazionale.
Gli autori che pubblicano in questa rivista accettano i seguenti termini: a. Gli autori conservano i diritti d'autore e concedono alla rivista il diritto di prima pubblicazione, con l'opera contemporaneamente concessa in licenza con una licenza di attribuzione Creative Commons che consente la condivisione dell'opera con riconoscimento della paternità e prima pubblicazione su questa rivista. b. Gli autori sono autorizzati ad assumere ulteriori contratti separatamente, per la distribuzione non esclusiva della versione dell'opera pubblicata su questa rivista (es. pubblicazione in un repository istituzionale o come capitolo di libro), con riconoscimento della paternità e pubblicazione iniziale in questo rivista. c.Gli autori sono autorizzati e incoraggiati a pubblicare e distribuire il loro lavoro online (ad es. in archivi istituzionali o sulla loro pagina personale) in qualsiasi momento prima o durante il processo editoriale, poiché ciò può generare cambiamenti produttivi oltre ad aumentare l'impatto e la citazione di opera pubblicata