Classes de palavras: um percurso crítico com vista a uma meta didática
DOI :
https://doi.org/10.18364/rc.2021nEsp.500Mots-clés :
Conceito de palavra, critérios de classificação, relevância pedagógica.Résumé
A unidade da língua conhecida como ‘palavra’ sempre ocupou o centro da análise gramatical no Ocidente, desde os estudos dos filólogos gregos realizados no século II a.C. A associação entre o conceito de palavra e a estruturação do pensamento percorreu os séculos: o ato de pensar envolve seres, nomeados por substantivos, e as ações que eles praticam, nomeadas pelos verbos. Aprendemos nos bancos escolares uma grade classificatória oficial, em vigor no Brasil desde 1959 (a Nomenclatura Gramatical), que compreende dez classes. A tradição escolar nos ensinou a identificá-las pelo que significam: substantivos nomeiam seres e objetos, verbos denotam ações e processos, advérbios expressam circunstâncias etc. etc. Esse é, de fato, o perfil de muitos substantivos (peixe, lápis), verbos (nadar, crescer) e advérbios (agora, assim). No entanto, a existência de tantas outras espécies semânticas de substantivos, de verbos e de advérbios impede a formulação de definições concisas e abrangentes para essas classes com base no que as formas reunidas em cada uma significam. Os critérios de classificação devem ser objetivos e abrangentes. No caso das palavras, esses critérios têm de se basear em suas propriedades gramaticais, presentes em sua forma (características morfológicas) e reveladas nas posições que ocupam e nas relações que contraem no interior da frase (características combinatórias ou sintáticas). O presente artigo aborda o status das diferentes classes de palavras à luz da história do pensamento gramatical, de sua problematização teórica e de sua relevância pedagógica.Téléchargements
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