A gramática filosófica de Bernardo de Lima e Melo Bacelar (1783)

Autori

DOI:

https://doi.org/10.18364/rc.v0i0.366

Parole chiave:

gramática portuguesa, iluminismo linguístico, ideias pedagógicas, século XVIII, racionalismo.

Abstract

A proposta deste artigo é demonstrar as ideias linguísticas e pedagógicas presentes na "Grammatica Philosophica da Língua Portugueza" (1783), de Bernardo de Lima e Melo Bacelar (ca.1736-post.1787), a partir de uma leitura crítica desta obra e da análise de outros estudiosos que já se empenharam em estudá-la. A "Grammatica" é dividida em três partes, de acordo com as partes da oração, conforme suas funções na frase. Estas partes são subdivididas em capítulos. O autor utiliza a nomenclatura casual para descrever os termos da oração. Sua preocupação ao compor a gramática era oferecer aos leitores um material inédito que pudesse apresentar de maneira inovadora as leis que regem a língua portuguesa, pois acreditava que uma comunicação clara, precisa e sem erros somente seria possível através do conhecimento dessas leis. Atento seguidor das ideias racionalistas de "Port-Royal" e do movimento iluminista, acreditava também na existência de uma gramática universal. Embora tenha sido um grande erudito das línguas clássicas e da língua materna, teve sua obra menosprezada pelos estudiosos de sua época, não atingindo, portanto, seus ideais de proporcionar clareza na comunicação.

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Biografia autore

Lívia de Melo, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Doutoranda em Ciências da Linguagem, área de Historiografia Linguística, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, Portugal. Mestre em Linguística Teórica e Descritiva pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal de Minas Gerais (2017), na linha de pesquisa em variação e mudança linguística. Bacharel em Letras - Português pela UFMG (2013) e bacharel / licenciada em Ciências Biológicas pela PUC Minas (2005). Tem experiência acadêmica nas áreas de divulgação científica, linguística histórica, filologia românica e gramaticografia.

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Pubblicato

2020-08-27

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