“Se Fosse Fácil, Todo Mundo Fazia”: problemas de descrição e ensino no emprego de modos e tempos verbais

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DOI:

https://doi.org/10.18364/rc.2023n64.1313

Palavras-chave:

Modos e tempos verbais, descrição, ensino, proposta didática

Resumo

Tradicionalmente, referenciais teóricos como a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), gramáticas e/ou livros didáticos figuram como materiais de autoridade em relação à descrição e ao ensino de língua portuguesa. Tidos como objetos de verdades linguísticas, as obras são de amplo uso em todos os segmentos didáticos. Em relação à descrição dos modos e tempos verbais, apesar de algumas poucas exceções – como em Bechara (2009) –, apresentam-se a alunos e professores explicações que tendem à unanimidade, com pouco espaço – ou nenhum, no caso da NGB – para questionamentos e críticas. Nesse contexto, expressões de uso popular como “se fosse fácil, todo mundo fazia” emergem como construções que colocam o professor e o ensino em situações problemáticas. Nosso texto tem por objetivo apresentar um breve panorama da descrição dos modos e tempos verbais, mostrando como suas imprecisões têm efeito imediato no ensino da língua portuguesa. Ao fim, propusemos alguns possíveis caminhos didáticos que o professor pode trilhar nesses casos.

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Biografia do Autor

Jefferson Evaristo, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Professor de língua portuguesa na UERJ, atuando no PGLetras e no PPLIN/FFP. Procientista da UERJ e Jovem Cientista do Nosso Estado (FAPERJ), é coordenador da disciplina de "Crítica Textual" no curso de Letras (UFF) do CEDERJ e coordenador do subprojeto de língua portuguesa do Programa Residência Pedagógica da CAPES. Pós-doutor em língua portuguesa pela UPM, doutor em língua portuguesa pela UERJ e em letras neolatinas (língua italiana) pela UFRJ.

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Publicado

17.02.2023

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Artigos