Declarações equativas tautológicas com nome próprio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18364/rc.2021n61.450

Palavras-chave:

Tautologia. Declaração equativa. Nome próprio.

Resumo

Este artigo tem o objetivo de analisar declarações equativas tautológicas com nomes próprios (Np) como Maria é Maria. Com suporte teórico em Wierzbicka (2003) e Meibauer (2008), bem como em trabalhos de Keizer (2008) e Hengeveld e Mackenzie (2008), o artigo apresenta, inicialmente, uma discussão teórica sobre os aspectos conceituais e funcionais da tautologia, bem como sobre a natureza referencial ou predicativa do nome próprio pós-cópula, para, em seguida, analisar dados coletados da internet, em que a estrutura Np é Np é usada. Os resultados revelam que as declarações equativas tautológicas com nome próprio, no contexto em que aparecem, constituem uma estratégia argumentativa por meio da qual se assevera a singularidade da representação mental de uma entidade discursiva, valorada positiva ou negativamente.

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Biografia do Autor

Márcia Teixeira Nogueira, Universidade Federal do Ceará

Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP, em Araraquara-SP. Atualmente, dedica-se, como professora titular voluntária, a atividades de ensino, pesquisa e orientação na Pós- Graduação em Linguística (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal do Ceará. É líder do Grupo de Estudos em Funcionalismo (UFC/CNPq).

Leosmar Aparecido da Silva, Universidade Federal de Goiás

Doutor em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Em 2018, concluiu pós-doutorado na Universidade Federal do Ceará, sob a supervisão de Márcia Teixeira Nogueira e com o apoio da Capes. É professor de Linguística e Língua Portuguesa do Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de Goiás. Desenvolve pesquisas na área de descrição do português, linguística cognitiva e ensino de língua portuguesa em perspectiva cognitivo-funcional.

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Publicado

05.09.2021

Edição

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Artigos