A produção escrita no ensino fundamental: o quê, como e para quem se escreve?

Autores

  • Vanessa Wendhausen Lima Universidade do Sul de Santa Catarina
  • Vanessa Arlésia de Souza Ferretti-Soares Universidade Federal de Santa Catarina
  • Ederson Luís Silveira Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.18364/rc.v1i47.42

Resumo

RESUMO: A partir de 69 relatórios de 17 professores acerca do trabalho desenvolvido em turmas do Ensino Fundamental II, na região do Vale do Itajaí/SC, o presente artigo tem por objetivo apresentar reflexões acerca de três pontos norteadores: a) o quê; b) como e c) para quem se escreve nas aulas de português. A partir de reflexões pautadas no estudo dos letramentos, percebeu-se que há legitimação de práticas de letramento escolar pautadas no modelo autônomo e eventos reconfiguradores dessas práticas, que contribuem para a efetivação do letramento ideológico, com interações que envolvem sujeitos para além da sala de aula, incorporando também os sujeitos situados nas instâncias de ensino e aprendizagem. PALAVRAS-CHAVE: ensino de língua portuguesa, letramento; produção textual; gêneros discursivos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vanessa Wendhausen Lima, Universidade do Sul de Santa Catarina

Doutora em Ciências da Linguagem pela UNISUL Mestre em Ciências da Linguagem pela UNISUL Especialista em Tecnologia da Informação e da Comunicação em Educação pela PUC-RS

Vanessa Arlésia de Souza Ferretti-Soares, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutoranda em Linguística pela UFSC Mestre em Linguística pela UFSC

Ederson Luís Silveira, Universidade Federal de Santa Catarina

Mestrando em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina –UFSC, pós-graduando em Ontologia e Epistemologia e graduado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande. É membro do Grupo de Estudos em Territorialidades da Infância e Formação Docente (GESTAR/CNPq) e da ALAB.

Referências

BAKHTIN, M. [VOLOSHINOV, V. N]. Estética da Criação Verbal. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003 [1952/53].

_______. Marxismo e Filosofia da Linguagem. 12. ed.São Paulo: Hucitec, 2006 [1929].

BARTON, D.; HAMILTON, M.; La literacidad entendida como práctica social. In.: ZAVALA, V.; NIÑO-MURCIA, M. LIMA, P. A Escritura y sociedad: nuevas perspectivas teóricas y etngráficas. Red para El Dasarrollo de lãs Ciencias Sociales em El Peru, 2004. p. 109 - 139

BONINI, A. Mídia, suporte e hipergênero: os géneros textuais e suas relações. RBLA, Belo Horizonte, v. 11, n. 3, p. 679-704, 2011.

BRASIL (1998) Parâmetros Curriculares Nacionais: 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa. Brasília/DF: MEC/SEF

BRITO, L. P. L.A sombra do caos: ensino de língua x tradição gramatical. Campinas, SP: Mercado de Letras; ALB, 2006.

BRONCKART, J-P. Os Gêneros de textos e os tipos de discurso como formatos das interações propiciadoras de desenvolvimento. IN: BRONCKART, J-P. Atividade de linguagem, discurso e desenvolvimento humano. Campinas: Mercado de letras, 2006. p. 121-159

FERRETTI-SOARES, V. A. S. Concepção dialógica da linguagem e o ensino de língua portuguesa: uma reflexão a partir de relatos de professores da rede municipal de Blumenau/SC. Working Papers em Linguística, Florianópolis, v. 13, p. 37-57, 2012.

GERALDI, J. W. Portos de Passagem. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

______. A aula como acontecimento. São Carlos, SP: Pedro e João Editores, 2010.

HEATH, S. B. What no bedtime story means: narrative skills at home and school.

Language in Society, Cambridge, Vol. 11, n. 01, Abril, 1982, pp 49-76.

INSTITUTO PAULO MONTENEGRO. INAF Brasil 2009: indicador de alfabetismo funcional: principais resultados. São Paulo, 2009.

______. Relatório INAF: um balanço dos resultados de 2001 a 2005. São Paulo, 2006.

JULIA, D. A cultura escolar como objeto histórico. Revista Brasileira de História da Educação, n.1. Campinas, jan/jun. 2001. p. 9- 43.

KALMAN, J. El acceso a la cultura escrita: La participación social y la apropiación de conocimientos em eventos cotidianos de lectura y escritura. Revista Mexicana de Investigación Educativa, enero-abril, Vol. VIII, n. 17. Consejo Mexicano de Investigación Educativa. Mexico, 2003. p. 37 - 66

KLEIMAN, A. (Org.) Os significados do letramento: uma nova perspectivasobre a prática social da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 1995

KLEIMAN, A. Letramento e suas implicações para o ensino de língua materna. Signo, Santa Cruz do Sul, RS, v. 32, n. 53, 2007, p. 1-25.

MARCUSCHI, L.A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucena, 2003, p. 20-36

MOITA LOPES, L.P. “Uma linguística aplicada mestiça e ideológica: interrogando o campo como linguista aplicado”. In: MOITA LOPES, L.P. (Org.) Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006, p. 13-44.

RAJAGOPALAN, K. Por uma lingüística crítica: linguagem, identidade e questão ética. São Paulo: Parábola, 2003.

RODRIGUES, R. H. A constituição e o funcionamento do gênero jornalístico artigo: cronotopo e dialogismo. 2001. 374 f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem) – Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

ROJO. R. Gêneros de discurso/texto como objeto de ensino de línguas: um retorno ao trivium? In: SIGNORINI I. (Org.) [Re]discutir texto, gênero e discurso. São Paulo: Parábola, 2008. p. 73-103.

SCHNEUWLY; B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola.Campinas: Mercado de Letras, 2004.

SCRIBNER, S.; COLE, M. Desempaquetando La literacidad. In.: ZAVALA, V.; NIÑO-MURCIA, M. LIMA, P. A Escritura y sociedad: nuevas perspectivas teóricas y etnográficas. Red para El Dasarrollo de lãs Ciencias Sociales em El Peru, 2004. p. 57 – 77.

SOBRAL, A. Interfaces entre Texto, Discurso e Gênero nos Estudos da Linguagem: uma perspectiva bakhtiniana. In: FIGUEREDO, D. C.; BONINI, A.; FURLANETTO, M. M.; MORITZ, M. E. (Org.). Sociedade, cognição e linguagem. Florianópolis: Insular, 2012, p. 21 - 40

STREET, B. V. Literacy in theory and practice. Cambridge: Cambridge University Press, 1894.

______. Literacy events and literacy practices – theory and practice in the New Literacy Studies. In: MARTINJONES, M.; JONES, K. Multilingual literacies: reading and writing different worlds. Philadelphia, USA: John Benjamins, 2000. p. 17-29.

______. Os novos estudos do letramento: histórico e perspectivas. In. MARINHO, M.; CARVALHO (org.). Cultura escrita e letramento. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010. p. 33 - 52

STREET, B. V. Social Literacies. Critical Approaches to Literacy in Development, Ethnography and Education.Harow: Pearson, 1995.

STREET, B. V. Abordagens alternativas ao letramento e desenvolvimento. Teleconferência Unesco Brasil sobre ‘letramento e diversidade’, outubro de 2003.

Downloads

Publicado

14.08.2015

Edição

Seção

Artigos