Letramento escolar e a política linguística no contexto de multilinguismo em Moçambique

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18364/rc.v1i60.401

Palavras-chave:

Letramento escolar. Aprendizagem do português. Política linguística.

Resumo

O estudo apresenta uma reflexão sobre o letramento escolar em Moçambique, perpassando pela política linguística que é implementada pelo Estado e o seu impato no letramento escolar em uma das províncias. A metodologia usada foi a consulta bibliográfica e a análise documental, e chegou-se à conclusão que a política linguística de Moçambique não reflete a realidade linguística do país, porque a escola formal segue "na prática" um modelo único de educação para uma sociedade diferenciada, devendo-se, por isso, criar uma política linguística própria para o ensino das línguas nacionais (bantu), de forma a garantir o acesso ao letramento escolar de forma igualitária a todas crianças das zonas rurais e urbanas.

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Biografia do Autor

Mauricio Bernardo Cigarros, Universidade Licungo, Quelimane

É doutorando no Programa de Pós-Graduação em Letras - Estudos Linguísticos da Universidade Estadual de Maringá - PR, Brasil (bolsista da CAPES). É mestre em Jornalismo e Estudos Editoriais pela Universidade Pedagógica (UP) de Maputo - Moçambique. É graduado e bacharel em Letras (Ensino de Português) pela UP de Quelimane - Moçambique. É docente da Universidade Licungo - Moçambique. É estudante no grupo de pesquisa Estudos sobre a aquisição da escrita, da UEM, PR - Brasil/CNPq.

Enísio Guilhermina Cuamba, Universidade Licungo, Quelimane

É doutor em Letras - Estudos Linguísticos pela Universidade Estadual de Maringá - PR, Brasil. É mestre em Educação/Ensino de Português pela Universidade Pedagógica de Maputo - Moçambique. É graduado e bacharel em Letras (Ensino de Português) pela Universidade Pedagógica, Delegação de Nampula - Moçambique. É Docente da Universidade Licungo - Moçambique. É Pesquisador do GEDUEM/CNPq (www.geduem.com.br).

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Publicado

09.12.2020

Edição

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Artigos