Um estudo variacionista sobre os existenciais ‘ter’ e ‘haver’ com base em dados do ALiB de Alagoas, Ceará e Piauí

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18364/rc.v1i59.362

Palavras-chave:

Sociolinguística variacionista, verbos existenciais, ALiB.

Resumo

Neste trabalho, estudamos o uso variável dos verbos ‘ter’ e ‘haver’ em dados retirados do Atlas Linguístico do Brasil – ALiB (MOTA; CARDODO, 2009; CARDOSO; MOTA, 2012) de Alagoas, Ceará e Piauí, com base nos pressupostos teóricos e metodológicos da Sociolinguística Variacionista (LABOV, [1972] 2008; WEINREICH et al., [1968] 2006). Para isso, analisamos a fala de 84 informantes, distribuídos em 21 municípios dos três estados já mencionados. Foram controladas as variáveis sexo, faixa etária, localidade, tipo de questionário e forma verbal. Os dados foram submetidos ao programa Goldvarb X e encontramos os seguintes resultados: o verbo ‘ter’ obteve ocorrências totais superiores a 96%, sendo seus aliados a faixa etária I e o tempo presente, enquanto, para o verbo ‘haver’, a faixa etária II e o tempo pretérito foram seus aliados, apresentando tendência de mudança em progresso de ‘ter’ sobre ‘haver’.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Aluiza Alves de Araújo, Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Mestre e doutora em Linguística pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Professora adjunta K da graduação em Letras e do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada (PosLA) do Centro de Humanidades (CH) da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Coordena o Projeto Variação lexical e morfossintática no falar de Fortaleza-CE, o Laboratório de Pesquisas Sociolinguísticas do Ceará – LAPESCE, e o Grupo de Estudos e Pesquisas Sociolinguísticas de Fortaleza-CE (SOCIOFOR), vinculado ao Diretório de Grupos de Pesquisas do CNPq.

Rakel Beserra de Macedo Viana, Universidade Estadual do Ceará

Doutoranda e mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual do Ceará – UECE. Especialista em Gestão Educacional (2009) e em Ensino de Língua Inglesa (2012). Tem experiência no Ensino Básico com desenvolvimento de Projetos de Leitura e Escrita e no Ensino Superior em Educação à Distância.

Cassio Murilio Alves de Lavor, Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada - PosLA da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual do Ceará - UECE e graduação em LETRAS LICENCIATURA pela mesma universidade (2014). Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística.

Referências

BATISTA, Priscila G. Ter e haver existenciais na fala culta de Rio de Janeiro, Salvador e Porto Alegre: do social ao linguístico. 2012. 70 f. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas) – Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas, Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: http://www.letras.ufrj.br/posverna/mestrado/BatistaPG.pdf. Acesso em: 26 jun. 2016.

CALLOU, Dinah; AVELAR, Juanito O. de. Sobre ter e haver em construções existenciais: variação e mudança no português do Brasil. Revista Gragoatá, n. 9, p. 85-100, 2000. Disponível em: http://www.academia.edu/15828109/Sobre_TER_e_HAVER_em_constru%C3%A7%C3%B5es_existenciais_varia%C3%A7%C3%A3o_e_mudan%C3%A7a_no_Portugu%C3%AAs_do_Brasil. Acesso em: 07 fev. 2018.

CARDOSO, Susana A. M. da S. Geolinguística: tradição e modernidade. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

CARDOSO, Susana A. M. da S. Um traço do português do Brasil: ter com sentido existencial. In: XV Congreso Internacional de la Asociación de Lingüística y Filología de América Latina, 2008, Montevideu. Anais... XV Congreso Internacional de la Asociación de Lingüística y Filología de América Latina. Monteviddéu: ALFAL, 2008. Disponível em: https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0ahUKEwj25oHs3pTTAhVBFJAKHakXBGoQFggjMAA&url=http%3A%2F%2Falfal.easyplanners.info%2Fprograma%2Fbajando_tl.php%3Fid%3D0613_Marcelino_Cardoso_Suzana_Alice.doc&usg=AFQjCNEjI1y2J26OQ4WVv2ZAvdM3lvrlsg&sig2=B2002lATPHSdh0TnM1Pkrg. Acesso em: 08.04.2017.

CARDOSO, Susana A. M. da S. A expressão do sentido existencial no português do Brasil: TER, haver e EXISTIR. In: XXV Congrès International de Linguistique et Philologie Romanes, 2007, Innsbruck, Áustria. XXV CILPR 2007. Communications: Résumés. Innsbruck, Áustria: Innsbruck University Press, p. 185-186, 2007.

CARDOSO, Susana A. M. da S; MOTA, Jacira A. Projeto Atlas Linguístico do Brasil: antecedentes e estágio atual. Alfa, São Paulo, 56, 855-870, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/alfa/v56n3/a06v56n3.pdf. Acesso em: 19 jan. 2017.

CARDOSO, Susana A. M. da S; MOTA, Jacira A; PAIM, Marcela M. T.; RIBEIRO, Silvana S. C. (Org.). Documentos 4: Projeto Atlas Linguístico do Brasil. Salvador: Vento Leste, 2013.

CHAMBERS, Jack K.; TRUDGILL, Peter. Dialectology. 2. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1980.

DUTRA, Cristina de S. Ter e haver: o uso variável na língua falada em Salvador. In: Jornada do GELNE, 20., 2004, João Pessoa-PB. Anais Eletrônicos... Disponível em: http://gelne.com.br/arquivos/anais/gelne-2004/PDF/Cristiane%20de%20Sousa%20Dutra.pdf. Acesso em: 29 ago. 2017.

GUY, Gregory R.; ZILLES, Ana M. S. Sociolinguística quantitativa: instrumental de análise. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.

LABOV, William. Padrões sociolinguísticos. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

LABOV, William. Some sociolinguistic principles. In: PAULSTON, C. B.; TUCKER, G. R. (Org.). Sociolinguistics: the essential readings. Oxford: Blackwell, 2003. p. 235-250.

MARTINS, Luciene; CALLOU, Dinah. Mudança em tempo aparente e em tempo real: construções ter/haver existenciais. In: ENCONTRO DO CÍRCULO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DO SUL, 5., 2003, Curitiba-PR. Anais Eletrônicos... Curitiba: Mídia Curitibana, 2003. p. 820-825. Disponível em: http://celsul.org.br/Encontros/05/pdf/114.pdf. Acesso em: 26 jun. 2016.

MOTA, Jacira A.; CARDOSO, Susana A. A construção de um Atlas Linguístico do Brasil: o percurso do ALiB. Signum: Est. Ling., Londrina, v. 12, n. 1, p. 237-256, jul. 2009. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/signum/article/viewFile/4243/4603>. Acesso em: 14 jul. 2017.

OLIVEIRA, Carolina S. de O. A variação entre ter e haver em construções existenciais na fala e na escrita da variedade rio-pretense. 2014. 144 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto, 2014. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/122109. Acesso em: 10 jun. 2017.

RAMOS, Conceição de M. de A.; SANTOS, Wendel S. dos. Estruturas existenciais: a variação ter/haver no corpus constituído para ALiMA. Cadernos de Pesquisa, São Luís, v. 19, n. especial, jul. 2012. Disponível em: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/cadernosdepesquisa/article/viewFile/1069/757. Acesso em: 22 maio 2014.

RIBEIRO, Patrícia R. O.; SOARES, Mariana S.; LACERDA, Patrícia F. A. da C. A realização da noção de existência no “mineirês”: um estudo da variação dos verbos ter, haver e existir. Revista Signótica, Goiânia, v. 25, n. 2, p. 535-561, 2013. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/sig/article/view/19192/15795. Acesso em: 26 jun. 2016.

SANKOFF, David; TAGLIAMONTE, Sali A.; SMITH, Eric. Goldvarb X – a multivariate analysis application. Toronto: Department of Linguistics; Ottawa: Department of Mathematics, 2005. Disponível em: http://individual.utoronto.ca/tagliamonte/Goldvarb/GV_index.htm#ref. Acesso em: 10 jun. 2017.

SILVA, Rosangela N. A. da. Variação ter/haver na fala pessoense. 2001. 106 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2001.

SILVA, Rosangela N. A. da. Aspectos da variação ter/haver na fala pessoense. In: MOURA, Denilda. Os múltiplos usos da língua. Maceió: Edufal, 1999. p. 523-526.

SOUZA, Francisco F. de. Tem chance de haver ainda existir no falar popular?: a variação dos verbos existenciais em amostra do NORPOFOR. 2015. 105 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2015. Disponível em: http://www.uece.br/posla/dmdocuments/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20-%20Francisco%20F.%20de%20Souza.pdf. Acesso em: 21 jun. 2016.

VIANA, R. B. de M. Tem mais existir que haver no falar dos fortalezenses: o papel dos fatores sociais na variação dos verbos existenciais. In: ARAÚJO, Aluiza Alves de; VIANA, Rakel Beserra de Macêdo; PEREIRA, Maria Lidiane de Sousa. Fotografias sociolinguísticas do falar de Fortaleza-CE. Fortaleza: EdUECE, 2018. p. 95-125.

VITÓRIO, Elyne. G. de S. L. A. (Des) Uso do verbo haver existencial. Web-Revista Sociodialeto. v. 6, n. 17, nov. 2015. Disponível em: http://www.sociodialeto.com.br/edicoes/22/03062016072234.pdf. Acesso em: 16 set. 2016.

VITÓRIO, Elyne. G. de S. L. A. Construções existenciais com os verbos ter e haver na fala e na escrita: uma análise comparativa. 2013. 29 f. Relatório de Pós-Doutorado. (Pós-doutorado Júnior em Letras Vernáculas) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013. Mimeo.

VITÓRIO, Elyne. G. de S. L. A. Ter/haver existenciais na fala alagoana: variação estável ou mudança em progresso? 2012. 152 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Federal de Alagoas, 2012.

VITÓRIO, Elyne. G. de S. L. A. A alternância ter/haver existenciais na fala maceioense. Revista Interdisciplinar, ano VI, v. 14, jul./dez. 2011, p. 77-85. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/interdisciplinar/article/view/1067/905. Acesso em: 30 jan. 2018.

WEINREICH, Uriel; LABOV, William; HERZOG, Marvin. I. Fundamentos empíricos para uma teoria da mudança linguística. São Paulo: Parábola, 2006.

Downloads

Publicado

22.08.2020

Edição

Seção

Artigos