Tabus de decência na fala cearense: uma reflexão a partir da neurolinguística não clínica e da sociolinguística variacionista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18364/rc.2022n63.529

Palavras-chave:

Tabu, Neurolinguística, Sociolinguística, Eufemização, Disfemização

Resumo

Esta pesquisa, descritiva, qualitativa e quantitativa, reflete sobre se trabalhar, empiricamente, com as áreas interdisciplinares Sociolinguística e Neurolinguística não clínica, a partir da análise de um tabu linguístico, na fala dos cearenses. Aqui, demonstramos ser possível a junção das áreas interdisciplinares e o uso dos pressupostos teórico-metodológicos de ambas. Para tornar este trabalho possível, usamos o programa computacional GoldVarb X, e os conceitos sobre eufemismo e disfemismo, além dos conceitos de consciente e inconsciente aplicados pela psicologia freudiana. Os resultados estatísticos demonstraram que a capital Fortaleza substitui a palavra prostituta, disfemizada, por outras variantes eufemizadas, como rapariga. As demais cidades controladas demonstraram resultados diferentes e que, no geral, podemos considerar que, conscientemente, nas cidades pesquisadas, frequentemente, os falantes usam mais a variante estigmatizada prostituta em detrimento de variantes eufemizadas, como rapariga ou mulher de vida fácil. Os dados estatísticos apresentados demonstraram que ao fazer uso de uma palavra tabu, das variantes motivado pelo fator sexo e idade.

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Biografia do Autor

Cassio Murilio Alves de Lavor, Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Doutorando em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual do Ceará (UECE); mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual do Ceará (UECE); pós-graduação em Neurolinguística pelo Centro Universitário FAVENE; Graduação em Letras Licenciatura Plena pela Universidade Estadual do Ceará (UECE); É professor da Secretaria de Educação do Estado do Ceará (SEDUCE).

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Publicado

15.08.2022

Edição

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Artigos