Investigando a categorização radial: o que nos ensinam os verbos de separação do português brasileiro?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18364/rc.2022n62.519

Palavras-chave:

Categorização, Verbos de separação, Estrutura semântica, Português brasileiro

Resumo

A Linguística Cognitiva tem se caracterizado pela crítica ao ideal de definibilidade clássica das categorias linguísticas. Uma questão, no entanto, permanece pendente: é possível demonstrar empiricamente que as categorias definidas por itens linguísticos não apresentam estruturação clássica? Para ajudar a responder a essa pergunta, este estudo apresenta uma investigação da semântica de três verbos de separação do português brasileiro: “cortar”, “quebrar” e “rasgar”. Para isso, um experimento de produção induzida, no qual os participantes deveriam descrever oralmente eventos de separação representados em vídeos curtos, foi rodado com 49 falantes nativos do português brasileiro. Os resultados, ao mesmo tempo em que apontaram para a validade da crítica cognitivista ao ideal de definibilidade clássica, permitiram delinear a estrutura semântica dos verbos “cortar”, “quebrar” e “rasgar” em termos de categorias radiais.

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Biografia do Autor

Diogo Pinheiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, lotado no Departamento de Linguística e Filologia. Membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFRJ. Membro do LinC - Laboratório de Linguística Cognitiva.

Jéssica Cassemiro Muniz, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Mestre em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFRJ.

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Publicado

13.02.2022

Edição

Seção

Artigos