Investigando a categorização radial: o que nos ensinam os verbos de separação do português brasileiro?
DOI:
https://doi.org/10.18364/rc.2022n62.519Palavras-chave:
Categorização, Verbos de separação, Estrutura semântica, Português brasileiroResumo
A Linguística Cognitiva tem se caracterizado pela crítica ao ideal de definibilidade clássica das categorias linguísticas. Uma questão, no entanto, permanece pendente: é possível demonstrar empiricamente que as categorias definidas por itens linguísticos não apresentam estruturação clássica? Para ajudar a responder a essa pergunta, este estudo apresenta uma investigação da semântica de três verbos de separação do português brasileiro: “cortar”, “quebrar” e “rasgar”. Para isso, um experimento de produção induzida, no qual os participantes deveriam descrever oralmente eventos de separação representados em vídeos curtos, foi rodado com 49 falantes nativos do português brasileiro. Os resultados, ao mesmo tempo em que apontaram para a validade da crítica cognitivista ao ideal de definibilidade clássica, permitiram delinear a estrutura semântica dos verbos “cortar”, “quebrar” e “rasgar” em termos de categorias radiais.
Downloads
Referências
BOHNEMEYER, J., BOWERMAN, M., & BROWN, P. Cut and break clips. In: LEVINSON, S. C.; ENFIELD, N. J. (Eds.), Manual for the field season 2001. Nijmegen: Max Planck Institute for Psycholinguistics, 2001. p. 90-96.
BRUGMAN, C. M. The story of over: polysemy, semantics, and the structure of the lexicon. University of California, Berkeley, M.A. Thesis, 1981.
COHEN, H.; LEFEBVRE, C. (Eds.). Handbook of categorization in cognitive science. Amsterdam, Boston: Elsevier, 2005.
GEERAERTS, D. Words and other wonders: papers on lexical and semantic topics. Berlin, New York: Mouton de Gruyter, 2006.
LABOV, W. The boundaries of words and their meaning. In. BAILEY, C.; SHUY, R. (Eds.). New ways of analysing variation in English. Washington DC: Georgetown University Press, 1973, p. 340-373.
LAKOFF, G. Women, fire and dangerous things: what categories reveal about the mind. Chicago: University of Chicago Press, 1987.
LANGACKER, R.W. Foundations of Cognitive Grammar: theoretical prerequisites. Stanford: University Press, 1987.
MAJID, A.; BOSTER, J. S.; BOWERMAN, M. The cross-linguistic categorization of everyday events: A study of cutting and breaking. Cognition, v; 109, n. 2, 2008. p. 235-250.
RADDEN, G.; DIRVEN, R. Cognitive English Grammar. Amsterdam, Philadelphia: John Benjamins, 2007.
ROSCH, E. Cognitive representations of semantic categories. Journal of Experimental Psychology, v. 104, n. 3, 1975. p. 192-233.
TAYLOR, J. R. Linguistic categorization: Prototypes in linguistic theory. London, New York: Clarendon Press, Oxford University Press, 1995.
TYLER, A.; EVANS, V. Reconsidering prepositional polysemy networks: The case of over. Language, v. 77, n. 4, 2001. p.724-765
WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. Trad. Marcos G. Montagnoli. Petrópolis: Vozes, 2009.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Diogo Pinheiro, Jéssica Cassemiro Muniz
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: a.Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. b.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. c.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado