Crononímia e a identidade do tempo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18364/rc.v0i0.381

Palavras-chave:

Crononímia, identidade, etimologia.

Resumo

Este trabalho pretende discutir que os cronônimos - a denominação das divisões do tempo - têm sido apenas descritivos ou designativos, pois o tempo ainda está longe de ser entendido. Dessa forma, este estudo de Crononímia detém-se no exame dos nomes de fenômenos temporais, e tem como meta, descortinar a motivação inicial de determinado cronônimo bem como o momento e as circunstâncias em que se rompeu sua camada semântica primeva, redirecionando uma nova fluição de sentido para novas ramificações de significados, isto é, o esvaziamento semântico. Supõe-se que a crononímia, ou forma de nomear o tempo, empregada pelas civilizações, revela motivações cinético-astrais, espaço-ambientais, religiosas e, ou metafóricas. Dessa forma, então, os cronônimos envelopariam descrições desses fenômenos sob a ótica dos paradigmas de cada época, que ao serem descortinados, resgatam a referência científica e antropológica basilar da identidade do tempo eclipsada pelo contínuo esvaziamento semântico. Busca-se âncora teórica em autores como Bakhtin (1990), Dick (1990), Dick (1998), Piettre (1997), entre outros, e analisam-se etimologia e fluição histórico-semântica para os termos de tempo como segundo, minuto, hora, dia, semana, mês, ano, século, Era e suas subdivisões crononímicas, com o propósito de identificar as motivações do nomeador.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Reginaldo Nascimento Neto, Instituto Federal Maranhão - IFMA

Licenciado em Letras e Ciências pela Universidade do Centro de Ensino do Maranhão, mestre em Linguística, Linguagem e Sociedade e doutor em Linguística pela Universidade do Paraná. Seus interesses de pesquisa incluem a origem dos alfabetos, a influência de inferências no comportamento social e a toponímia. É autor de dois projetos aprovados e de um livro sobre o aprimoramento do ensino de inglês no estado do Maranhão. Atualmente é professor de inglês e português no Instituto Federal do Maranhão e tem sido convidado como palestrante em congressos e seminários de Educação.

Referências

AUROUX Sylvain, “L’histoire de la linguistique”, em Auroux, Sylvain e Chevalier, JeanClaude dir., Histoire de la linguistique française, Langue française, 48, 1980, p. 7- 15.

AUROUX, Sylvain. History of the Language Sciences. Berlin, New York: Walter de Gruyter, 2000.

BAKHTIN, M.M. Forms of time and of the chronotope in the novel: notes toward a historical poetics. HOLQUIST, M. (Org.). the dialogica imagination : four essays. Trad.: C. Emerson; M. Holquist. Austin: University of Texas Press. USA, 1990.

BEMONG, Nele. Bakhtin e o cronotopo: Reflexões, Aplicações, Perspectivas/ Nele Bemong et. al.; tradução Ozíris Borges Filho, et. al. – 1ª. ed. – São Paulo: Parábola Editorial, 2015.

BOCZKO, R. Conceitos de Astronomia. São Paulo, Edgard Blucher, 1984.

BRAGUE, Remi. O tempo em Platão e Aristóteles. Ed, Loyola, 1982.

CARVALHINHOS, Patrícia de Jesus. As Origens dos Nomes de Pessoas. In: Domínios de Linguagem Revista Eletrônica de Lingüística. Ano 1, nº1. 2007. Disponível em www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/download/11401/6686

CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. 4ª. ed. Rio de Janeiro: Lexicon, 2010.

DE VAAN, Michiel. Etymological Dictionary of Latin and the other Italic Languages (Leiden Indo-European Etymological Dictionary Series; 7), , Leiden, Boston: Brill, 2008.

Dicionário Aurélio online, disponível em : https://www.dicio.com.br/calendario/

DICK, Maria Vicentina de Paula do Amaral. A motivação toponímica e a realidade brasileira. São Paulo: Arquivo do Estado, 1990.

DICK, Maria Vicentina de Paula do Amaral. Os Nomes como Marcadores Ideológicos. In Acta Semiótica et lingvistica. v.7, n.1, 1998. pp. 97 – 122 disponível em: http://periodicos.ufpb.br/index.php/actas/article/view/16907/9631 acesso em 10/05/2018.

Ecclesiastical History, livro V, cap. 22 in Nicene and Post-Nicene Fathers, 2a. série, vol II, pág. 132. WACE, Henry (editor). Hendrickson Pub.1996.

Eusebius' Commentary on the Psalms (Psalm 92, a Psalm or Song for the Sabbath-Day). In: Migne's Patrologia Graeca, vol. XXIII, col. 1171-1172.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio século XXI escolar : Aurelio Buarque de Hollanda Ferreira ; coordenação e edição Margarida dos Anjos, Marina Baird Ferreira ; lexicografia Margarida dos Anjos... [et al.] 4. ed., rev. e ampl. / do minidicionário AurélioRio de Janeiro : Nova Fronteira, 2001.

FIORIN, José Luiz (org.). Introdução à lingüística I. Objetos Teóricos. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2006.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

______. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 35. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.

GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 1989.

GIBBON Edward. The History of The Decline and Fall of the Roman Empire Volume 2.

HALL, M.D. A study of Sumerian moon god Nanna/Suen. Ph.d. thesis. University of Pensilvania, 1985, p. 227.

HAWKING. S.W. Uma Breve História do Tempo. Rio de Janeiro, 1988.

HEFELE, Josef Karl von. A History of the Councils of the Church: From the Original Documents; Volume 2. Edinburgh: Creative Media Partners, LLC,2018. Disponível em https://archive.org/stream/ahistoryofthecou02hefeuoft#page/n331.

HYATT, A.; ARMS, J.M. Ephemeroptera. in Guides for Science-Teaching. No. VIII. Insecta. Boston Society of Natural History. Boston. 1891.

ILYAS, Mohammad. "A Modern Guide to Astronomical Calculations of Islamic Calendar, Times & Qibla", Berita Publishing, 1984.

ISIDORI. Hispalensis Episcopi O p e r a O m n i a. - T O M V S III. Etymologiarvm Libri X. priores. Vol. 3, cap. 29 – De momentis, et horis. p. 218. 1748. Disponível em: https://play.google.com/books/reader?id=S8skJ9Z46mEC&printsec=frontcover&output=reader&pg=GBS.PR9.

ISIDRO PEREIRA, S. J. Dicionário grego-português e português-grego. 8ª ed., Braga: Livraria A.I., 1998.

JOSEPHUS, Flavius. The Works of Flavius Josephus. Translated by. William Whiston, A.M. Auburn and Buffalo. John E. Beardsley. 1895.

LINTON, Adelin; LINTON, Ralph. The Lore of Birthdays. Illustrated by Bunji Tagawa. H. [S.l.]: Schuman, 1952.

LIPP, M.E.N. (org.). Pesquisas sobre stress no Brasil: saúde, ocupações e grupos de risco, Campinas: Papirus, 2001.

LOPES, Rodolfo (Tradução do Grego, introdução e notas). Platão. Timeu-Critias. 3º Edição. Editora: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2013.

MICHAELLIS. Dicionário brasileiro de Língua Portuguesa. São Paulo: Melhoramentos. Disponível em:

< http://michaelis.uol.com.br/busca?id=3ZLo>. Acesso em: 15 jun. 2018.

MORRIS, William. Ed., The American Heritage Dictionary of the English Language, New College Edition, Houghton Mifflin Company, Boston, 1976

NEGEBAUER, Otto. Ethyopic Astronomy and Computus. The Red Sea Press, Inc. U.S.A. (January 31, 2017) 272 pgs

ODOM, Robert L. Vettius Valens and the Planetary Week. Andrews University Seminary Studies (AUSS) 3.2 (1965): 110-137.

disponível em: https://digitalcommons.andrews.edu/auss/vol3/iss2/3

O'NEIL, William Matthew, Time and the Calendars, Sydney University Press, 1975.

Our Astronomical Column. In: Nature, 127 (6 June 1931), n. 3214, p. 869.

PACKER, J.I.; TENNEY, M. C.; WHITE, William. Nelson's Illustrated Encyclopedia of Bible Facts. Thomas Nelson Publishers. USA : 1995.

PAPINOT, E. Historical and geographical dictionary of Japan. Tokyo: Charles e Tuttle, 1989.

PEREIRA. Gilberto G. Por que a etimologia é fascinante? Em Jornal Opção, , Goiânia - GO – 23 jul. 2018. Opção Cultural, edição 2227. Disponível em http://www.jornalopcao-cultural/por-que-a-etimologia-e-fascinante-119645/ acesso em 23/07/2018 16:02.

PIETTRE, Bernard. Filosofia e Ciência do tempo. Ed. Edusc. 1997.

PUENTE, Fernando Rey; BARACAT, José Júnior (Organizadores). Tratados sobre o tempo, Aristóteles, Plotino e Agostinho. Belo Horizonte. Ed. UFMG, 2014.

REIS, José. Revista Filosófica de Coimbra nº. 9. 1996.

SILVA, Rodrigo P. Escavando a Verdade. 2ª. Ed. CPB. Tatuí, SP: 2008.

SMITH, G. (1875). Assyrian Discoveries: an account of explorations and discoveries on the site of Nineveh, during 1873 e 1874, New York: Scribner, Armstrong & Co., chap. II, p. 12.

SMITH, William. Dictionary of greek and Roman biography and mythology. John Murray. Spottiswoode and co. London: 1873.

SPALDING. Tassilo Orpheu. Dicionário das Mitologias Européias e Orientais.[S.I.]: São Paulo: Cultrix, 1973. p. 126-127;141.

TANURE, Betania. NETO, Antonio Carvalho. SANTOS, Carolina Maria Mota. PATRUS, Roberto. Estresse, Doença do Tempo: um estudo sobre o uso do tempo pelos executivos brasileiros. In:Estud. Pesqui. Psicol. vol.14 no.1 Rio de Janeiro abr. 2014. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812014000100005>.

THE ENCYCLOPAEDIA Britannica: calendar. 11. ed. v. 4, p. 988. Encyclopædia Britannica, Inc.Cambridge: ‎ 1911.

The online Etymology Dictionary. Disponível em: <https://www.etymonline.com/word/day> acesso em 23 jul. 2018, 19:31.

VALENS, Vettius. Anthologiarum libri, V. 10. 10-33. The Greek text is given according to the edition of G. Kroll: Berlin, 1908, p. 26.

WATKINS, Calvert. The American Heritage Dictionary of Indo-European Roots. 3rd. ed. Houghton Mifflin Harcourt: USA, 2011.

Webster's Encyclopedic Unabridged Dictionary of the English Language, Portland House, New York, 1989.

WHITE, E.C. Kaironomia: On the Will to Invent. Cornell University Press, Ithaca and London: 1987.

WHITE, Eric Chrales. Kaironomia: On the Will-To-Invent. Cornell Univ Pr; F First Edition. 1987.

Downloads

Publicado

27.08.2020

Edição

Seção

Artigos