Modelos de cientificidade da gramática em disputa no Brasil no fim do século XIX: a polêmica entre Júlio Ribeiro e Augusto Freire da Silva

Autores

  • José Edicarlos de Aquino Universidade Federal do Tocantins - UFT

DOI:

https://doi.org/10.18364/rc.v1i58.340

Resumo

Este artigo trata dos modelos de cientificidade da gramática em disputa no Brasil no fim do século XIX, analisando a polêmica os gramáticos Júlio Ribeiro e Augusto Freire da Silva, que tem como fundamento justamente uma discordância quanto às bases científicas do estudo da linguagem e à definição, divisão e orientação teórica da gramática. Chamando a atenção para a existência de todo um movimento gramatical importante no Brasil a ser considerado além do eixo Rio de Janeiro-São Paulo, mostramos como a gramática geral e a gramática histórica-comparada concorrem como padrão de ciência na produção gramatical brasileira na virada para o século XX, sendo não apenas retomadas, tal como trabalhadas no exterior, mas ressignificadas, num movimento de reivindicação de um trabalho autoral pelos gramáticos brasileiros.

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Biografia do Autor

José Edicarlos de Aquino, Universidade Federal do Tocantins - UFT

Professor da Universidade Federal do Tocantins – UFT. É graduado em Letras Português pela Universidade de Brasília – UnB. Tem mestrado e doutorado em Linguística, na área de História das Ideias Linguísticas, pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. É também portador de diploma de doutorado em Sciences du Langage pela Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3. Em seus projetos de pesquisa, estuda sobretudo os seguintes temas: história das ideias linguísticas, reflexão sobre a linguagem e as línguas no século XIX, história da língua portuguesa e das teorias linguísticas no Brasil, gramatização brasileira, obra de Júlio Ribeiro, conceito de língua materna.

Referências

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Publicado

01.06.2020

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Artigos