A expansão lexical em produtos alimentícios industrializados no português brasileiro

Autores

  • Alexandre Antonio Timbane Universidade de Integração Internacional da Lusofonia afro-brasiileira Instituto de Humanidades e Letras Campus de Malês, São Francisco do Conde (BA) http://orcid.org/0000-0002-2061-9391
  • Dayanny Marins Coelho Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.18364/rc.v1i54.231

Resumo

O estudo tem como objetivo identificar e discutir a formação de nomes de produtos alimentares industrializados mais comuns no contexto brasileiro. O nome faz parte do processo de ampliação do léxico da língua e assim, questiona-se qual formação linguística desses nomes? Utilizando 20 produtos sendo 5 enlatados e embutidos, 5 derivados de leite, 5 derivados de cereais e 5 bebidas. A escolha dos produtos foi aleatória e foi auxiliado pelo Dicionário Houaiss (2009) como corpus de exclusão no caso de neologismo. Da pesquisa concluiu-se que o nome do produto carrega uma história. O autor do nome não só pensa na beleza, mas também no impacto que o nome provocará diante do consumidor. Por isso o autor recorre ao inglês, francês, japonês e raras vezes no português. Basta ser processado, o produto perde seu nome original e passa a receber novo nome. Da pesquisa se conclui que a atribuição de nomes de produtos alimentares industrializados exige uma reflexão profunda, pois alguns nomes podem afastar o consumidor ao invés de atraí-lo. A atribuição do nome é cultural e surge da necessidade sociológica do ser humano, principalmente no espaço comercial.

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Biografia do Autor

Alexandre Antonio Timbane, Universidade de Integração Internacional da Lusofonia afro-brasiileira Instituto de Humanidades e Letras Campus de Malês, São Francisco do Conde (BA)

Pós-Doutor em Estudos Ortográficos pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-UNESP (2015), Pós-Doutor em Linguística Forense pela Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC(2014), Doutor em Linguística e Língua Portuguesa (2013) pela UNESP, Mestre em Linguística e Literatura moçambicana (2009) pela Universidade Eduardo Mondlane – Moçambique (UEM). É Licenciado e Bacharel em Ensino de Francês como Língua Estrangeira (2005) pela Universidade Pedagógica-Moçambique (UP).

Dayanny Marins Coelho, Universidade Federal de Goiás

Mestranda no Programa de Mestrado em Estudos da Linguagem

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Publicado

10.07.2018

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Artigos